Francisco Cunha – Uma certeza para 2017 ou um Cavalo de Tróia de alguém?

by politologopatracolense


politologo

Boa tarde,

Existe claramente uma visível desorientação politica por parte dos comunistas de Alpiarça à forma pouco ortodoxa de fazer oposição por parte do movimento TPA – Todos por Alpiarça.

O último episódio, envolvendo uma militante comunista que é simultaneamente secretária do Presidente da Câmara em que perde o controlo em plena reunião de câmara é apenas um exemplo do sentimento de desconforto que existe entre o núcleo duro do PCP face às acusações que Francisco Cunha tem efetuado relativamente à gestão comunista neste mandato autárquico.

Hoje temos um Mário Pereira desgastado, desconfiado, inseguro, sem chama e que se irrita à mínima questão por parte da oposição, contrariando com a imagem que o partido tentou criar de um politico sério, inabalável e acima de qualquer suspeita.

Mas se a imagem do PCP em Alpiarça está hoje fortemente afetada pela negativa pelos muitos casos e escândalos que têm abalado a instituição politica com mais história em Alpiarça, é devido a Francisco Cunha e à sua equipa. E arrisco incluir aqui a sua equipa, porque depois de Francisco Cunha ter sido alvo de uma campanha de difamação sem precedentes, onde desde porem em causa a sua honestidade como empresário até entrarem inclusive na sua vida familiar, seria normal assistir a uma debandada mais ou menos generalizada por parte dos apoiantes que menos seguros estivessem da sua integridade. Tal não aconteceu, e se tanto do PCP como do PS têm sido assolados por dissidências, brigas internas, traições, do TPA que haja conhecimento publico, não há notícias de pelo menos um dos apoiantes ter dado ao solaio, como se diz na nossa gíria popular.

E se pelo lado da acusação ninguém teve ainda a coragem de concretizar as acusações a Francisco Cunha, já ele próprio tem respondido com processos por difamação, como o que aconteceu com o pai de Cristina Ferreira, a secretária do Presidente que protagonizou agora o momento de histeria na reunião de câmara. Se o caso de histeria da funcionária poderia passar por uma situação extra-politica a verdade é que ninguém nega que o caso tenha a ver com o ambiente de intensidade do debate politico.

E Francisco Cunha tem razão nas acusações que tem feito relativamente às atas. Isso é inegável. As atas têm que estar atualizadas e não podem sonegar informação do que aconteceu nas reuniões. Se tivesse sido ao contrário e Francisco Cunha fosse Presidente, o mais certo seria que o PCP acusasse Francisco Cunha de fascismo, ditador, ou de manipulador da verdade.

Também por parte da equipa de Francisco Cunha, vozes como as de Gabriela Pinhão, antiga vereadora do PS e talvez a pessoa da política local mais acima de qualquer suspeita, tem tecido acusações à forma como o PCP tem dirigido os destinos de Alpiarça.

Não falo de António Moreira, Mário Santiago ou Paulo Sardinheiro, porque com todo o respeito que tenho por eles, têm contra eles o próprio ressabiamento politico com que o PCP os acusa, perdendo assim um pouco da aura de inocência quando atacam o Executivo do PCP.

Há ainda uma pessoa que sendo um novato da política, tem uma experiencia de vida que lhe deveria ter dado outra capacidade e que não tem conseguido demonstrar. Trata-se do Dr. Fernando Louro, Presidente da Assembleia Municipal e que tem sido provavelmente a maior desilusão na direção da equipa do PCP na Assembleia Municipal. A bancada comunista pode não ser a melhor, bem longe disso, mas alguém tem que assumir o papel de líder e aí o Dr. Fernando Louro tem demonstrado muitas lacunas na forma como tem dirigido estas reuniões principalmente na forma como não consegue impor a ordem. Não sou eu que o acuso, mas são os próprios camaradas dele que o fazem. Não existe líder na Câmara, não existe líder na Assembleia, e na Junta ninguém reconhece que exista a necessidade de um líder pela forma como este órgão está organizado, sendo apenas um braço politico da Câmara com poucas competências para ser posta à prova.

Voltando a Francisco Cunha, tem sido o homem que tem quebrado com a ortodoxia politica e conivente entre o poder e oposição. Com ele, acabaram as oposições frouxas que limitam-se a cumprir o mandato sem grande alarido, guardando toda a energia para as eleições e para as campanhas que as antecedem. Tem sido ele o homem do momento. Resta-nos saber se em 2017 ainda terá algumas energias para continuar, ou se esta intensidade o acabará por consumir, ou se na realidade não passa de uma lebre numa corrida que depois dará o lugar a outro candidato/candidata que sorrateiramente espera pela sua vez.

Alpiarça, 11 de Março de 2015